Acusado de lavagem de dinheiro pelo GAECO prestou serviços na Saúde de Bragança

O médico Oswaldo Perezi Neto, acusado de lavagem de dinheiro pelo  Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público, preso no dia 22 de março deste ano, na segunda fase da Operação Ouro Verde, que apura desvio de mais de R$ 4 milhões, do hospital Ouro Verde, em Campinas, prestou serviços para a Reviva Saúde, em Bragança Paulista,  aponta respostas da Prefeitura de Bragança Paulista ao vereador Quique Brown.

Em resposta ao Pedido de Informação nº 176/2018, a Secretária Marina de Fátima Oliveira confirmou que o médico preso há dois meses e meio, prestava serviços para a Organização Social Reviva Saúde, que é responsável pelas unidades básicas de saúde do município desde setembro de 2017.

O médico prestava serviços à Reviva e consequentemente ao município, através de uma empresa de prestação de serviços médicos, segundo a Prefeitura, e  não como colaborador direto ou diretor da organização.

O vereador comentou sobre o assunto na sessão de terça-feira, 12.

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Oswaldo Perezi Neto foi preso em São José do Rio Preto, durante a segunda fase da operação, e segundo o divulgado pelo Ministério Público na oportunidade, em seu telefone foram encontrados contatos específicos, com programação para autodestruição de mensagens em diálogos dele com outros acusados, envolvidos no esquema de corrupção, entre eles Fernando Vitor Torres Nogueira Franco.

Fernando Vítor, em agosto do ano passado, durante solenidade de assinatura de contrato da Prefeitura de Bragança Paulista, com a Reviva Saúde, se apresentou à imprensa, no gabinete do prefeito Jesus Chedid, como membro da Reviva. Ele  foi preso em novembro durante a primeira fase da operação, acusado de ser lobista do grupo.

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Na época, a  Reviva negou que Fernando Vítor tivesse qualquer ligação com a organização social.

O médico, Oswaldo Perezi Neto, segundo o apontado nas investigações do MP é suspeito de usar Segamar Consultoria Empresarial, para emitir notas e favorecer o suposto esquema de desvio de verbas.

Conforme a resposta da secretária Marina de Fátima Oliveira ele prestou serviços para a Reviva, através de uma empresa, mas ela não citou qual.

Diante das informações que o médico preso prestou serviços em Bragança Paulista, com sua empresa, o vereador Quique Brown, elaborou um novo pedido de informação para à Prefeitura. Ele quer saber qual o nome da empresa contratada pela Reviva, quais os serviços que o médico prestava ao município e quais os valores recebidos.

Oswaldo Perezi Neto também é acusado pelo GAECO, de pagar propina para funcionários do Departamento de Prestação de Contas da Secretaria de Saúde de Campinas para obter benefícios para a Organização Social Vitale Saúde, que administrava o hospital Ouro Verde, em Campinas até o escândalo vir a tona no final de 2017.

Durante as investigações, diversos políticos foram citados nas conversas dos investigados, devidamente autorizadas pela polícia. Nas conversas de Fernando Vítor com um empresário, o deputado Edmir Chedid, foi citado como “dono da região” e acusado de “cobrar pedágio”.

Na época, Edmir Chedid disse que havia sico citado injustamente numa conversa telefônica e que  isso não significava que estivesse sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo.

Outro político citado nas gravações é o prefeito de Campinas Jonas Donizete, que por ter foro privilegiado, não é alvo de investigações pelo MP.

Edmir logo após o episódio, colheu assinaturas dos deputados e abriu na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos das Organizações Sociais de Saúde no Estado de São Paulo.

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A CPI está em pleno andamento, sob a presidência do deputado e a ideia é que o MP e a Assembléia possam firmar uma parceria para colaboração mútua em investigações e fiscalização de contratos, entre prefeituras e o governo paulista e as organização sociais de saúde.

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