Clima tenso marca reunião entre prefeito e empresários

Na manhã desta quinta-feira,14, o prefeito Jesus Chedid recebeu em seu gabinete uma comissão de empresários, construtores, representantes do ramo imobiliário advogados e vereadores para tratar sobre o  decreto  nº 2865. O decreto que foi divulgado no dia 11 de janeire suspendeu  novos loteamentos em Bragança Paulista.

O objetivo da medida, segundo a administração é controlar e impedir o crescimento urbano desordenado. Além disso para a Prefeitura, a medida é necessária  para garantir infraestrutura e condições para que a cidade se desenvolva ordenadamente.

O grupo de representantes das categorias que se sentem afetadas com o decreto já havia participado da sessão de terça-feira, 12, na Câmara Municipal de Bragança Paulista. Na oportunidade se manifestaram inclusive com apitos, buzinas e cartazes.

Clima quente na reunião

A reunião que a princípio estava marcada para o período da tarde, foi adiantada para as 9h desta quinta-feira, 14. Durante toda a reunião o clima foi de tensão. Em seus discursos, o prefeito Jesus Chedid foi irredutível e disse que não vai flexibilizar ou revogar o decreto.

A proibição de novos empreendimentos está suspensa até a conclusão da revisão do Plano Diretor que ainda depende de apreciação da Câmara Municipal.

Logo no início da reunião, o prefeito Jesus Chedid chamou um empresário de mentiroso porque o mesmo disse na Câmara que tinha ficado esperando das 14h às 22h para ser atendido na Prefeitura. Disse ainda que só soube que o mesmo queria falar com ele por volta das 22h e que o atendeu. “Eu tenho 80 anos de idade, mas as 22h estava trabalhando com minha equipe. Tive a delicadeza de sabendo que o empresário estava ai, sem marcar nada, o atender”, disse.

Prefeito critica empresa

O prefeito Jesus Chedid acusou ainda o mesmo empresário de pressionar vereadores por causa do decreto. Ele ainda acusou a empresa de fazer estoque de imóveis. “Vocês são amadores ainda nisto. Vocês estão começando e eu estou terminando. Tenho que ter experiência na vida. Intimidação de vereadores não é papel de empresa”, disse.

“Vocês querem fazer estoque de aprovação para vender sonhos para população de Bragança Paulista. E vocês não vão fazer isto na minha administração”, disse.

O prefeito disse que não se sentiria intimidado com pressão e ameaças. E disse que abriria a palavra na reunião apenas para um representante do grupo. O representante escolhido por ele foi o ex-vice-prefeito e arquiteto Joca Vasconcellos.

Ponderado, na tentativa de acalmar os ânimos já tenso, Joca pediu que o prefeito olhasse com carinho para situação já que segundo ele, o decreto gera prejuízos não para os empresários mas para os trabalhadores da construção civil, pois sem novos projetos aprovados, não há obras e haverá demissões.

Decisão não será revista

Jesus Chedid reiterou que não flexibilizaria o decreto até a finalização do Plano Diretor. Para ele a medida é necessária para que a cidade não continue crescendo desorganizadamente, com trânsito caótico e sem infraestrutura adequada.

Durante a reunião, Bruno Leme, que é presidente da  Associação Comunitária de Habitação Popular de Bragança Paulista (Acohab), pediu a palavra. Bruno queria se manifestar sobre sua preocupação sobre a inviabilização de projetos de moradia para pessoas de baixa renda.

Nesta hora, ocorreu o momento mais tenso da reunião. O vereador Ditinho Bueno, que foi um dos vereadores que intercedeu para que o prefeito atendesse a reunião disse que ele poderia falar na sequência. O prefeito Jesus Chedid no entanto, já tinha dito, que apenas um representante do grupo falaria.

Foi então que se iniciou um bate boca entre o prefeito e o vereador, que faz parte do grupo Chedid.  Ditinho, que vem mostrando descontentamentos com a administração, chegou ameaçar sair da sala, no entanto, desistiu.

Confira o momento tenso da reunião:

Morosidade da administração

Ainda durante a reunião, Chedid disse que entende a reclamação dos empresários com relação a demora de aprovações de projetos durante os dois anos anteriores.

Disse inclusive que tem cobrado agilidade de sua equipe. “Eu não aceito esta morosidade. Eu não aceito que minha equipe demore tanto para decidir algo. Já pedi mais agilidade no atendimento de vocês”, disse.

Apesar de a princípio proibir a palavra para outros integrantes da reunião, o prefeito Jesus Chedid acabou deixando os presentes se manifestar. Ele também se comprometeu a agendadar novas reuniões sobre o assunto.

 

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