Contas de Fernão Dias de 2014 são rejeitadas em sessão tumultuada

As contas de 2014, do ex-prefeito Fernão Dias da Silva Leme, foram rejeitadas nesta terça-feira, dia 14, na Câmara Municipal, durante uma sessão com platéia orquestrada, por 13 votos a 6. O prefeito Fernão Dias da Silva Leme, esteve no local e fez algumas explanações em tom de revolta.

O destaque na votação ficou pelos votos dos vereadores Fabiana Alessandri e Marco Antonio Marcolino.

Fabiana votou pela rejeição das contas.

Ela, entretanto, durante os quatro anos de administração, foi da base de apoio à Fernão Dias e já tinha inclusive assinado parecer favorável as contas, já que fazia parte da Comissão de Finanças no ano anterior, que assim como o Tribunal de Contas, opinou pelo parecer favorável.

Logo após a votação, começou a circular inclusive um áudio de uma conversa entre a vereadora e o ex-prefeito, onde ela prometia que ia votar a favor da aprovação das contas.

Já o  vereador Marcolino, que faz parte da base do grupo Chedid, votou favorável as contas.

A sessão foi bastante tumultuada e tensa. Durante todo o tempo, o público, nitidamente, orquestrado pelo grupo Chedid, aplaudia os vereadores da base, chegando a inclusive a gritar “Iii fora…iiii fora para o ex-prefeito Fernão Dias, que após o seu discurso não se deixou intimidar e foi tirar satisfações.

A tensão na sessão ocorreu porque depois de adiar por duas vezes a apreciação das Contas e 2014, o vereador Paulo Mário de Arruda Vasconcellos, disse na semana passada que encaminharia votação pela rejeição, mas que faria seus apontamentos do porque apenas durante a sessão de hoje, oportunidade em que, segundo ele, estaria garantindo ao ex-prefeito ampla defesa.

“Como é que é?”

Apesar de dizer que garantia ampla defesa ao Fernão, o que todos puderam observar na sessão foi o ex-prefeito teve direito a uma explanação de 20 minutos sobre o que o vereador disse na tribuna.

Fernão Dias, questionou a postura e leu um documento onde pedia adiamento da votação para que pudesse se defender por escrito, com documentos e que, caso achassem necessário poderia até mesmo ser solicitada perícia em documentos e depoimentos de testemunhas.

“É humanamente impossível se defender em 20 minutos. Ninguém no mundo conseguiria. (…) Na história de Bragança nunca aconteceu do Tribunal de Contas aprovar e a Câmara rejeitar. Já aconteceu o contrário”, ressaltou.

O seu pedido, entretanto, não foi ouvido e o assunto foi votado e ele derrotado.

Com a rejeição das contas, Fernão Dias, pode ser tornar inelegível e assim não participar de futuras eleições, por um período de 8 anos.

Antes da votação, e do pedido feito por  Fernão Dias, o vereador Paulo Mário fez suas explanações. Ele inclusive, começou a fazer seu discurso, dizendo que foi tratado pela administração anterior como inimigo.

Disse ainda que o TCE fiscaliza todos os municípios do Estado e que o ex-prefeito tinha condições de se defender em 20 minutos, porque ficou 3 anos, 11 meses e 6 dias no cargo.

Paulo Mário questionou: “Se não souber o assunto que vou abordar aqui para sua defesa quem saberá? Por isto, não podia adiantar nada. A minha análise será técnica e política”.

O vereador apresentou algumas imagens no telão, a fim de ilustrar seus apontamentos. Se o objetivo era demonstrar argumentos técnicos, entretanto, o que ficou em evidência foi o seu posicionamento político.

Entre as explanações, o vereador questionou os investimentos na área de Saúde, onde foi investido mais do que a verba exigida por lei.

“Aonde foi parar este dinheiro já que nenhum retorno deu a população? Este é o princípio da eficiência.R$ 34 milhões não é R$ 1. É um dinheiro suficiente para resolver e melhorar e muito a saúde. O Tribunal de Contas não tem como analisar isto. A análise é superficial.”

O vereador também falou de excesso de licença de licitações, do fato de existir mais comissionados do que concursados na Divisão de Licitação, bem como das diversas suplementações realizadas e do que ele chamou do “descontrole das Contas Públicas”.

Vale lembrar, entretanto, que o vereador pediu a abertura de uma CEI de investigações das contas de Fernão Dias de 2015, mas que a mesma não saiu do papel no ano anterior. Seu grupo também prometeu auditorias durante a campanha, e por enquanto, embora uma comissão tenha sido nomeada por Jesus Chedid, para analisar todos os contratos,  sequer uma acusação foi formalizada.

A comissão, segundo relatado por Chedid durante coletiva, na última semana, pediu mais 60 dias de prazo para apresentar resultados. Enquanto este resultados não são apresentados, porém, com o episódio de hoje, parece que tudo se tratou muito mais de discurso eleitoral do que qualquer outra coisa, afinal de concreto mesmo, só o fato de Fernão Dias ficar inelegível com a votação.

O clima quente no plenário se estendeu também entre o público presente. O ex-prefeito de Vargem, Aldo Moisés e Rodrigo Agarra se desentenderam nos bastidores, sendo que Agarra alegou que foi agredido. Como a confusão aconteceu no hall de entrada, no momento em que a sessão acontecia, a reportagem do Bragança em Pauta não presenciou a cena.

Confira amanhã video com  trechos da sessão.

 

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