Especialista explica importância da vacina da gripe para quem tem asma

Gripes e resfriados podem ser mais perigosos para pessoas que apresentam doenças crônicas, como por exemplo a asma e por isso, a vacinação antigripal também é uma importante ferramenta de prevenção do agravamento e internações.

É importante destacar que, em portadores de DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, a vacinação reduz em cerca de 70% a mortalidade.

“Por ser uma doença que afeta principalmente pessoas idosas, é importante a recomendação da vacinação que previne gripe e pneumonia. Esse cuidado evita complicações oportunistas e, juntamente com tratamento medicamentoso contínuo, é fundamental para diminuir as crises e internações”, argumenta o especialista.

Dia Mundial da Asma

Na terça-feira, dia 2, é celebrado o dia Mundial da Asma, data que tem como objetivo alertar a população mundial sobre a doença e reforçar a importância de seu tratamento.

A asma é a quarta causa de internação hospitalar, com o auge do outono, em que termômetros registram temperaturas mais baixas e o período de seca começa.

A pouca umidade e o ar mais denso favorecem a menor dispersão de poluentes e a irritação das vias aéreas.

Além disso, com a chegada das temperaturas mais amenas, as pessoas tendem a se aglomerar em locais com pouca ventilação, como transporte público e escritórios com janelas fechadas, o que propicia a maior proliferação das bactérias que causam gripes e resfriados.

Nessa estação, pacientes portadores de doenças crônicas, como asma e DPOC  por conta desses motivos, podem apresentar crises de exacerbação, isto é, um agravamento nos sintomas.

O Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, comenta sobre a importância de observar os sinais do corpo.

Sintomas como cansaço excessivo, falta de ar e tosse frequente podem ser indícios de DPOC, doença que associa duas condições que causam a obstrução crônica das vias aéreas dentro dos pulmões: a bronquite e o enfisema pulmonar”.

A doença é causada principalmente pelo tabagismo e tem diagnóstico difícil, pois seus sintomas podem ser facilmente confundidos com sinais de envelhecimento. Dados do Ministério da Saúde estimam que a DPOC afete mais de 7 milhões de pessoas no Brasil e seja responsável pela morte de 40 mil brasileiros todos os anos.

É nessa temporada também que as internações por asma têm seu maior pico, pois é quando começam a ocorrer as primeiras frentes frias, promovendo mudanças bruscas de temperatura que irritam as vias aéreas.

A asma é caracterizada pela inflamação crônica dos brônquios e leva à falta de ar e chiado no peito.Dados recentes do DATASUS mostram que três pessoas, com idades entre 5 e 64 anos, morrem a cada dia por asma no Brasil.

Dr. Mauro explica porque isso ocorre:

“Apesar de ser uma doença muito conhecida, ainda há muita falta de informação. Embora 91% dos asmáticos considerem a doença como controlada, 72% relatam perceber consequências da doença no dia a dia. Isso mostra que as pessoas ainda acham que é normal que indivíduos com asma tenham limitações, como falta de ar. Na verdade, com a doença controlada por meio da medicação de uso contínuo, o asmático deve levar uma vida normal com grande qualidade de vida“.

A asma, quando não controlada, causa sintomas diurnos mais de duas vezes por semana, despertares noturnos, uso de medicamento de alívio (bombinha) mais de duas vezes na semana e qualquer limitação de atividade, como ausência na escola ou trabalho e impedimento na prática de atividades físicas.

Para a prevenção das crises de ambas doenças os pacientes devem ter atenção nos cuidados necessários. O Dr. Gomes afirma que a continuidade do uso rotineiro e correto das medicações é um dos pontos principais para o controle de possíveis anormalidades.

Indivíduos que apresentam doenças crônicas devem estar atentos aos sinais de piora e realizar tratamento contínuo para que mantenham a condição sobre controle e tenham mais qualidade de vida. Além disso, deve-se evitar a exposição a mudanças de temperatura e o contato com fumaça, poluição e outros fatores agravantes”, finaliza o especialista.

 

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